O SISTEMA DE REGISTRO DE CASOS DE
CÂNCER NO BRASIL TEM FALHAS, DIZEM ESPECIALISTAS.
Especialistas
defendem que o Brasil têm falhas no sistema de registro de casos de câncer e
que há uma subnotificação da doença. "A gente nunca sabe quantos casos de
fato surgiram em cada ano. Demora três, quatro anos para nós sabermos quantas
pessoas tiveram a doença", disse a presidente da Federação Brasileira das
Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), a mastologista
Maira Caleffi.
Segundo Cláudio
Noronha, coordenador de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional do Câncer
(Inca), o número demora a ser divulgado porque é um trabalho de recolhimento de
dados em todos os estados, mas segundo o especialista, as expectativas de novos
casos são baseadas em um estudo que considera as diferenças de registro de
informações existentes nas regiões brasileiras.
O Ministério da
Saúde divulgou esta semana a estimativa de novos casos de câncer que surgirão
em 2014. Serão mais de 576 mil novos casos em todo o Brasil, sendo que o câncer
de pele não melanoma, que é mais leve e não leva à morte, corresponderá a 31%
do total. A estimativa de novos casos para o próximo ano é 11% maior que a
última estimativa divulgada há dois anos.
O presidente da
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Anderson Silvestrini, acredita que
além do natural aumento de número de casos de câncer, devido ao envelhecimento
da população e à absorção de maus hábitos no estilo de vida, o número de
diagnósticos também teve um aumento considerável, o que levou ao aumento da
expectativa de novos casos. Mas ele acredita que ainda há falhas de registro.
Além disso, na
avaliação do especialista, não há estrutura no Brasil para o tratamento dos
novos casos. "Hoje o Brasil conta com centros que conseguem dar tratamento
de primeiro mundo para pacientes com câncer. Mas em muitos lugares a atenção à
doença ainda é precária", avaliou Silvestrini.
O Ministério da
Saúde elaborou um sistema de registro de casos de câncer que deve ser usado em
todo o país. A previsão inicial era que o Sistema de Informação do Câncer
(Siscan), começasse a receber todos os novos registros de câncer em agosto,
porém, segundo o Ministério da Saúde, as prefeituras pediram mais prazo para se
estruturarem. De acordo com a pasta, o novo prazo dado para as prefeituras é
janeiro de 2014.
Dados do Ministério
da Saúde mostram que em 2010, o país registrou 179 mil mortes em decorrência da
doença. O câncer dos brônquios e do pulmão foi o tipo que mais matou (21.779),
seguido do câncer do estômago (13.402), de próstata (12.778), de mama (12.853)
e de cólon (8.385).fonte:agencia Brasil.
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