TOPLESSAÇO ATRAIU POUCAS MULHERES A EXIBIR OS SEIOS EM PRAIA DO RIO.

O protesto marcado
pelo Facebook tinha mais de 8 mil pessoas confirmadas, mas só seis mulheres
tiveram coragem de exibir os seios na manhã de sábado dia 21.dez.13, na praia
de Ipanema, na altura do Posto 9 no Rio de Janeiro.
O evento batizado
de toplessaço foi organizado
contra a repressão a uma atriz, no dia 14 de novembro, que posava para fotos de
divulgação de uma peça, no Arpoador, quando foi abordada por policiais
militares e obrigada a se cobrir.
Apesar do pouco
número de participantes, o toplessaço atraiu um grande número de curiosos e de
profissionais de imprensa e serviu para despertar a discussão sobre o tema.
A argentina Natália
Lorenzo, que mora no Brasil há dez anos, se surpreendeu com a curiosidade das
pessoas.
“Acho que a
repressão ainda é grande, por isso nós mulheres temos que vir fazer estas
coisas. Na Argentina também é proibido, o que é ridículo. Isto aqui é uma
manifestação, não é uma promoção, não estou aqui para me mostrar”, disse
Natália, que pintou nas costas a frase “Este corpo é meu”.
A pensionista Olga
Solon, de 73 anos, que atualmente mora em Portugal, decidiu apoiar o protesto,
mostrando os seios. “Eu sou adepta de tudo, de topless, de praia de
nudismo. O corpo não tem nada de mais. O Posto 9 sempre foi o reduto do topless.
Eu moro na Europa e lá isso é perfeitamente normal”, disse Olga.
A estudante
Carolina Jovino compareceu ao protesto e pintou em seu abdômen a frase com a
pergunta “Liberdade ofende?”. “É o meu corpo e eu tenho total liberdade de
mostrar. Eu não tenho por que esconder uma parte do corpo. Sinceramente, eu não
sei por que isso ainda choca as pessoas. Queria que me dissessem por que o meu
peito é mais obsceno que o peito de um homem?”, questionou Carolina, que cursa
ciências sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A comerciante
Aparecida Gadelha foi uma das primeiras e retirar a parte de cima do biquíni.
Ela fez questão de
ressaltar que se tratava de um ato político, e que, as mulheres não estavam se
exibindo.
“Nós não estamos
aqui para aparecer. Você não aparece na Marquês de Sapucaí quase pelada [no
carnaval]? Por que não podemos ficar de topless?”, questionou
Aparecida.
Para a cineasta Ana
Paula Nogueira, o protesto era uma forma de elevar o Rio ao que já acontece em
outras partes do mundo. “Temos que tornar o Rio uma cidade mais cosmopolita,
mais moderna. Vamos sediar as Olimpíadas e temos que ser como as outras cidades
são no mundo. Por que não ser uma cidade moderna em termos de atitude?”,
perguntou.
Ela considerou que
a baixa adesão ao protesto foi motivada pela repercussão negativa na rede
social: “A agressividade dos homens e de algumas mulheres no Facebook foi uma
coisa absurda. Mas esse assédio vai passar como já passou em outros lugares.
Daqui a pouco, vai ser uma coisa natural”, disse Ana Paula, cercada por dezenas
de fotógrafos, cinegrafistas e muitos curiosos, que insistiam em tirar fotos
com celulares.
Alguns homens
também decidiram participar do protesto e compareceram usando a parte de cima
do biquíni, como forma de chamar a atenção para o assunto. “Eu acho que o ponto
que as mulheres querem protestar é pela atitude não só dos homens, mas também
de outras mulheres, em torno do corpo feminino. É isso que se quer
desmistificar. Não há só uma violência física, mas também uma violência moral
contra a mulher”, disse Renan Elias de Oliveira Carlo, estudante de química no
Instituto Federal do Rio de Janeiro.
O protesto ocorreu
de forma pacífica e os policiais militares apenas ficaram observando de longe,
sem intervir.ne10.
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