
Valter José de Almeida Acioli (Promotor)
Ela me pediu para não fazer, mas eu
disse que tinha que honrar minha palavra que eu a matava se ela me traísse.
Enquanto eu a cortava com uma faca de mesa, ela pediu por Deus. Aí eu disse que
Deus estava no céu e que, ali, naquele momento, estávamos apenas nós dois.
Dei
uma facada na barriga dela, meti a mão e arranquei um órgão. Depois levei para comer
e tomar uma cachaça”.
Revelado pelo promotor público Valter
José de Omena Acioli, o trecho acima é parte do depoimento de José Jorge da
Silva, que foi condenado na tarde desta quinta-feira dia 23.jan.14, em julgamento na 5ª
Promotoria de Justiça de Arapiraca, a 19 anos e 3 meses de prisão em regime
fechado por ter matado a companheira dele, Edilza Vicente da Silva, em uma
manhã de setembro de 2010.
O crime foi cometido em um galpão,
também em Arapiraca, na região Agreste de Alagoas, enquanto os dois bebiam e
consumiam drogas.
Para o promotor, que conversou por
telefone com o TNH1, José Jorge da Silva não pode ser considerado um
‘canibal’, apesar de ter cortado as alças do intestino da vítima, arrancado
parte de um órgão – que o exame cadavérico não confirmou ser o coração – e
comido assado com amigos em uma bebedeira.
“Ele é um indivíduo frio, um
psicopata. Não posso dizer que ele é um canibal porque no canibalismo há
aspectos como comer para ficar com a força do oponente, para se manter vivo em
caso de desastres ou por pura insanidade mental.
No caso do José Jorge da
Silva, ele não se enquadra em nenhum desses aspectos. Ele matou porque se
sentiu ofendido pela companheira, porque ela achou outro homem melhor que ele”,
declarou o promotor Valter José Omena Acioli.
Ainda segundo o membro do Ministério
Público Estadual, chama a atenção o modo como o réu contou a execução do crime,
sem demonstrar nenhum arrependimento.
“Na cabeça dele, o que ele fez foi o
que deveria ter acontecido. Conta tudo com a maior naturalidade, sem que
demonstre arrependimento.
A mulher e vítima - de acordo com o depoimento do
José Jorge – implorou para ele não matá-la, mas ele continuou cortando a moça
como se não fosse um ser humano, enfiou a mão na barrida dela e puxou o que
conseguiu para assar e comer com bebida. Ele é egoísta e tem plena consciência
do que fez”, reiterou o promotor.
Valter José Omena Acioli não acredita
que os 19 anos e 3 meses de prisão – pegos inicialmente, porque a pena pode
cair para 13, pelo critério da progressão e ser ainda diminuída por bom
comportamento e dias de trabalho no presídio – serão suficientes para que José
Jorge se regenere.
“Dificilmente ele vai se regenerar,
porque demonstrou que é frio e que não possui nenhum sentimento de humanidade”,
disse o promotor.(TNH1).
Nenhum comentário:
Postar um comentário