terça-feira, 8 de outubro de 2013

BANCÁRIOS REJEITAM PROPOSTA PATRONAL E MANTÉM GREVE.
Bancários de todo o país rejeitaram na noite de segunda-feira dia/out/13 a contraproposta apresentada na última sexta-feira (4) pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decidiram continuar em greve.                 A proposta da Fenaban, que elevou o reajuste de 6,1% para 7,1%, foi considerada “melhoria irrisória” pelo Comando Nacional dos Bancários, que orientou federações e sindicatos a rejeitarem o ganho salarial de 0,97% – parcela acima da inflação de 6,1% acumulada nos últimos 12 meses.Os bancários pedem reajuste de 11,93% (aumento real de 5%), valorização do piso salarial e dos vales refeição e alimentação, entre outros benefícios.
No início da noite, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) divulgou nota destacando a participação “massiva” de trabalhadores nas assembleias de hoje, que rejeitaram a proposta da Fenaban. Segundo os bancários, nesta segunda-feira 11.717 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados foram paralisados em todo o país. A greve completou 20 dias nesta terça dia 8/out./13.
“Vamos nos manter firmes no movimento para pressionar os bancos e garantir uma boa proposta que atenda nossas reivindicações”, ressaltou a presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello, acrescentando que a proposta não atende outras reivindicações, principalmente as que dizem respeito às condições de trabalho e à segurança nas agências. No Recife, pelo menos 250 trabalhadores rejeitaram a contraproposta da Fenaban, que não se manifestou a respeito.
O presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, ressaltou, porém, que nas assembleias os bancários deixaram claro mais uma vez aos banqueiros que "não aceitam uma proposta rebaixada, absolutamente incompatível com a rentabilidade do sistema financeiro, com o aumento da produtividade dos trabalhadores do setor e com o lucro astronômico dos bancos”.
Os efeitos da greve já aparecem no mercado financeiro. O Indicador Serasa Experian informou que o número de pessoas em busca de crédito diminuiu 9,8% em setembro, em comparação com o total de agosto, em razão da greve iniciada dia 19 do mês passado. A  Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas estima perdas significativas nas vendas do comércio, em níveis até 30%, em regiões como o Nordeste, onde o uso de dinheiro no varejo é mais intenso.
POLICIAIS PERNABUCANOS SÃO FEITOS REFÉNS EM ASSENTAMENTO DO MST
 Três policiais militares pernambucanos foram feitos reféns, na madrugada do último domingo (6), em um assentamento do Movimento Sem Terra (MST) no município de Caaporã, Litoral Sul da Paraíba. De acordo com a Polícia Civil do estado, eles já prestaram depoimento na sede do Grupo de Operações Especiais (GOE) de João Pessoa e foram liberados.
A confusão começou na noite do sábado (5). Segundo integrantes do MST, os policiais invadiram o assentamento à paisana, porém armados. Por esse motivo, os moradores do assentamento decidiram rendê-los até que a Polícia chegasse.
Depois que a PM chegou ao local, os integrantes do Movimento não liberaram de imediato os reféns. Exigiram a presença da Polícia Rodoviária Federal e, mesmo depois que os policiais da instituição chegaram, houve resistência na libertação dos militares.
De acordo com o delegado Thiago Sandes, titular do GOE, os PMs pernambucanos contaram que foram ao local no sábado para conversar com líderes do movimento, mas assim que desceram do veículo foram imobilizados, amarrados e feitos reféns.
“Não houve disparos, e três armas e mais de 40 munições foram pegas pelos integrantes do movimento. Com a chegada da Polícia Rodoviária Federal, duas delas - uma particular e uma do Estado de Pernambuco - foram devolvidas, juntamente com 11 munições”, explicou o delegado. Ele disse ainda que, pelo que ouviu nos depoimentos, fica caracterizado o cárcere privado, já que os militares passaram mais de seis horas reféns.
Dois integrantes do Movimento Sem Terra e policiais militares paraibanos que participaram da tentativa de negociação também foram ouvidos. Os integrantes do movimento afirmaram que não houve ameaça por parte dos militares e que, até então, nenhum deles havia sido visto no assentamento. “Por isso, não há caracterização de ameaça, que é crime militar, nem de milícia”, frisou o delegado.
A polícia, porém, vai investigar a razão dos militares estarem à paisana na área do assentamento e, para isso, deve ser instaurado um procedimento interno. A principal suspeita é que os PMs trabalhem como seguranças para os donos de uma usina que fica próxima ao assentamento Sem Terra, e com os quais o grupo tem tido constantes desentendimentos.
Todo o procedimento foi acompanhado pela Corregedoria da Polícia Militar da Paraíba e de Pernambuco, além de advogados de ambas as partes. “Agora tudo será encaminhado ao delegado geral de Polícia Civil da Paraíba, Carlos Alberto Ferreira, que irá designar qual autoridade policial dará prosseguimento às investigações”, concluiu Sandes.

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